Todo o dia, desde as 6h30m, foi vivido segundo a segundo, partícula a partícula… o acordar, o arranjar, a viagem, o pequeno almoço… rigorosamente tudo!
Chegados a Évora, eu e o meu primo Ricardo, o desafio tornou-se perceber onde era o aeroporto internacional (lol) de Évora?! Qual sentido de orientação, "dá uma volta à cidade que alguém ou alguma placa há-de indicar…" teve que ser a placa, por que o alguém, não sabia!
Chegados, o nervoso começava a crescer, era o nervoso e o vento imenso! Entre nós já pensávamos se iria haver ou não diversão, ao que os instrutores rapidamente desfizeram as duvidas… bem pode haver um furacão, vamos e vamos mesmo! Está dito, está dito! Amigos, Bora Lá!
Depois de uma explicação do que se devia e não devia ser feito, está na hora!
A viagem foi divertida, sinceramente a minha mente não processou nada correspondente ao perigo que havia ou não, ali presente! Siga!
Foi então que poucos segundos antes de tudo se precipitar, deu-se um acto de "profissionalismo" que ainda agora revejo na minha mente, um pára-quedista que ia sentado precisamente á minha frente, virou-se para mim e a poucos centímetros da minha cara, fechou os olhos, e numa espécie de dança, arte marcial, meditação e introspecção, manteve-se naquele bailado alguns segundos… eu impressionado respeitei e absorvi tudo aquilo com a maior admiração. Vim a saber em conversa mais tarde com o próprio, que ele estava a rever na sua mente todos os passos de uma coreografia que o grupo dele efectuará em saltos futuros e por conseguinte estava num processo de concentração absoluto .
Voltando, ao final daquele momento, depressa cumprimentou todos a bordo o que arrastou um sucessivo de cumprimentos entre todos aqueles cúmplices, estava na hora… no minuto… e no segundo!
Saiu ele.
Saiu o operador de imagem do Ricardo, o Ricardo e o instrutor dele.
E éramos nós! É agora! E foi!
Vazio, simplesmente vazio...

O vento era gelado, muito gelado, cheirava a gelo… a dificuldade em respirar era evidente… mas o que interessava isso?
Estava em pura queda livre… só havia um manto de nuvens a proteger-me do rijo planeta terra!
A adrenalina, rapidamente tomou conta de todo o corpo… corria perfeitamente misturada com cada partícula de sangue! E a queda continuava!
Entretanto o meu operador de imagem… ei-lo! Devo confessar que me fez um bocado de impressão a certa altura ter a presença dele, tão perto a um metro e meio dois metros de nós… ambos em queda livre!
Foi então que as nuvens chegaram… e tudo acalmou, deixei de ter a noção de queda! Deixei de ver no meio do nevoeiro cerrado… e abriu o pára-quedas!

Aqui outro sentimento ambivalente, se apoderou de mim, se por um lado a felicidade de ver aquele pano a funcionar em pleno era total, por outro lado, estava a acabar! O chão estava cada vez mais perto…
Algumas manobras, umas feitas pelo instrutor, outras comigo ao comando e estávamos em terra…
Muito… muito… muito bom!

Aconselho a quem não sofre de problemas cardíacos!
Quanto a euzinho, vou voltar! Mas é claro que vou!!! Ficou desde logo informalmente definido, que uma vez por ano, este grupo com mais alguém que se lhe queira juntar, no verão (e atenção a este por maior), vai voltar a voar… eu lá estarei!
Não nasci com asas ou penas… há um ano, diria que nunca… hoje, hoje eu digo que sim, sempre!
Foi o dinheiro mais bem entregue que dei em toda a minha vida!
P.S.: Agora vamos a outros saltos… Bora lá! ;-D
Ehehehehe.
ResponderEliminarSe dúvidas houvesse... temos Homem ;-)
No meu canto há um espaço dedicado a ti... partilhei a minha experiência ;-)
Haja adernalina... I belive I can fly... sempre!!
Beijos
"se dúvidas houvesse"
ResponderEliminarmas estamos a falar de que?
pois, pois... ;-D
beijos