
“Um dia, já depois de me ter despedido de um grupo de amigos, após uma tarde de bowling, no Colombo, resolvi ir sozinho, até ali… Ver! Cheirar! Sentir!
Ainda era o antigo, grande, muito grande, imponente, esmagador e frio… deveria ser primavera, era meio da tarde, o céu estava meio encoberto, mas a claridade ainda era grande.
Antes de passar por baixo da segunda circular, observei as bilheteiras do meu lado direito e recordava as vezes sem conta, em que o meu pai, o meu tio, os meus primos, esperavam ali, pacientemente a sua vez para comprar o bilhete! Em tardes de sol, em que as bandeiras ainda eram permitidas e esvoaçavam de encontro com os raios de sol… vermelho! Hoje é dia de jogo! O cheiro… o barulho! A ansiedade!
Naquela tarde, esta tudo morto, inerte, sem cheiro, sem cor, sem barulho do dia de jogo… passei então o túnel, estava então subjugado á minha pequena dimensão, comparado com a dimensão da escultura em ferro de uma águia, que majestosa se impunha lá no alto!
Pensei, vou dar uma volta ao estádio e vou voltar para casa, entretanto está a fazer-se tarde! Devia ter 14 ou 15, no máximo 16 anos…
Comecei a minha volta pelo topo sul, isto é, chegado ao pé do estádio, virei para a minha direita e comecei a andar, não havia ninguém… um aqui, outro ali… e mais ninguém! Desejei do fundo do meu ser, gostava de ver o estádio (por dentro), uma porta semi-aberta e uma espreitadela lá para dentro, era suficiente! Enamorado por aquela circunstancia, fui andando e olhando… até que por milagre… uma porta aberta!?
A curiosidade era mais que muita, não havia ninguém para me deter, corria o risco de ficar fechado lá dentro, é verdade… mas valia a pena correr esse risco, ia estar sozinho dentro do meu estádio… vou já! Olhei ao meu redor e ninguém! É já!
Entrei, e ainda hoje não consigo definir…
O verde do relvado, o cheiro a relva recentemente cortada… as bancadas, na sua maioria cor de cimento polido, outras brancas e ainda outras com umas cadeiras vermelhas comidas pelo sol… e eu!
Eu, estou sozinho no estádio da luz! Não se ouve nada aqui dentro! Não me quero ir embora! Sentei-me no meio de uma bancada, pus os pés para cima da cadeira, da fila da frente… e sozinho sonhei!
Como será marcar um golo, ali?
Como é que, eu o ia festejar?
Quase de surdina, entoei um ou outro cântico que me lembrava… lembrei-me das ultimas vezes que ali tinha estado, no meio de muitos… com cor e som e cheiro e alegria!
Mas hoje, era só eu! O que construía na minha mente, era sobre mim e para mim!
Cada momento, ficou inconscientemente gravado na minha memória fotográfica, observava, com a maior atenção possível, esta é a minha única oportunidade de estar aqui sozinho!
Não sei quantificar o tempo, mas sei que de repente senti que estava mais escuro e a lembrança, puxou-me de novo á terra… e se fecham o portão?
Levantei-me e fui… antes de descer os degraus frios, olhei uma última vez para trás e fotografei mais um último frame, para a minha memória! Não completei a volta ao estádio, de repente a preocupação em que a minha mãe deveria estar, apossou-se de mim… corri para o metro!
Chegado ao metro, depois o barco e ainda o autocarro! Já noite cerrada…
Ainda era o antigo, grande, muito grande, imponente, esmagador e frio… deveria ser primavera, era meio da tarde, o céu estava meio encoberto, mas a claridade ainda era grande.
Antes de passar por baixo da segunda circular, observei as bilheteiras do meu lado direito e recordava as vezes sem conta, em que o meu pai, o meu tio, os meus primos, esperavam ali, pacientemente a sua vez para comprar o bilhete! Em tardes de sol, em que as bandeiras ainda eram permitidas e esvoaçavam de encontro com os raios de sol… vermelho! Hoje é dia de jogo! O cheiro… o barulho! A ansiedade!
Naquela tarde, esta tudo morto, inerte, sem cheiro, sem cor, sem barulho do dia de jogo… passei então o túnel, estava então subjugado á minha pequena dimensão, comparado com a dimensão da escultura em ferro de uma águia, que majestosa se impunha lá no alto!
Pensei, vou dar uma volta ao estádio e vou voltar para casa, entretanto está a fazer-se tarde! Devia ter 14 ou 15, no máximo 16 anos…
Comecei a minha volta pelo topo sul, isto é, chegado ao pé do estádio, virei para a minha direita e comecei a andar, não havia ninguém… um aqui, outro ali… e mais ninguém! Desejei do fundo do meu ser, gostava de ver o estádio (por dentro), uma porta semi-aberta e uma espreitadela lá para dentro, era suficiente! Enamorado por aquela circunstancia, fui andando e olhando… até que por milagre… uma porta aberta!?
A curiosidade era mais que muita, não havia ninguém para me deter, corria o risco de ficar fechado lá dentro, é verdade… mas valia a pena correr esse risco, ia estar sozinho dentro do meu estádio… vou já! Olhei ao meu redor e ninguém! É já!
Entrei, e ainda hoje não consigo definir…
O verde do relvado, o cheiro a relva recentemente cortada… as bancadas, na sua maioria cor de cimento polido, outras brancas e ainda outras com umas cadeiras vermelhas comidas pelo sol… e eu!
Eu, estou sozinho no estádio da luz! Não se ouve nada aqui dentro! Não me quero ir embora! Sentei-me no meio de uma bancada, pus os pés para cima da cadeira, da fila da frente… e sozinho sonhei!
Como será marcar um golo, ali?
Como é que, eu o ia festejar?
Quase de surdina, entoei um ou outro cântico que me lembrava… lembrei-me das ultimas vezes que ali tinha estado, no meio de muitos… com cor e som e cheiro e alegria!
Mas hoje, era só eu! O que construía na minha mente, era sobre mim e para mim!
Cada momento, ficou inconscientemente gravado na minha memória fotográfica, observava, com a maior atenção possível, esta é a minha única oportunidade de estar aqui sozinho!
Não sei quantificar o tempo, mas sei que de repente senti que estava mais escuro e a lembrança, puxou-me de novo á terra… e se fecham o portão?
Levantei-me e fui… antes de descer os degraus frios, olhei uma última vez para trás e fotografei mais um último frame, para a minha memória! Não completei a volta ao estádio, de repente a preocupação em que a minha mãe deveria estar, apossou-se de mim… corri para o metro!
Chegado ao metro, depois o barco e ainda o autocarro! Já noite cerrada…
Não me lembro de ter feito este percurso até casa, lembro-me de chegar a casa! Toda essa viagem, foi feita a cheirar aquela relva, a ouvir o silêncio daquela paz e a passar em memória todos pormenores que me tinham ficado retidos…
Como é que eu vou provar a alguém que estou a chegar a esta hora, porque estive sozinho dentro do estádio da luz… ninguém vai acreditar em mim!
Cheguei a casa e contei… contei o meu dia a partir do momento em que sai do Colombo, não sei se acreditaram em mim! Mas ninguém levantou muitas ondas…
Mais de dez anos depois, ainda cheiro aquela relva, ainda oiço aquele silêncio, ainda sinto a humidade que havia no ar, ainda olho para a cadeira onde me sentei…
Como é que eu vou provar a alguém que estou a chegar a esta hora, porque estive sozinho dentro do estádio da luz… ninguém vai acreditar em mim!
Cheguei a casa e contei… contei o meu dia a partir do momento em que sai do Colombo, não sei se acreditaram em mim! Mas ninguém levantou muitas ondas…
Mais de dez anos depois, ainda cheiro aquela relva, ainda oiço aquele silêncio, ainda sinto a humidade que havia no ar, ainda olho para a cadeira onde me sentei…
Ainda me pergunto como é que iria festejar aquele golo?”
Esta, é uma das muitas histórias, que tenho associadas a este clube… parabéns glorioso!
Esta, é uma das muitas histórias, que tenho associadas a este clube… parabéns glorioso!
Sem comentários:
Enviar um comentário